segunda-feira, 26 de junho de 2017

20 ANOS DE HARRY POTTER E A PEDRA FILOSOFAL



Há exatos 20 anos, no dia 26 de junho de 1997, o mundo começava a ler e a conhecer o universo de Harry Potter com a publicação de Harry Potter e a Pedra Filosofal, o primeiro livro de uma série de sete.

A história do menino órfão que mora no armário em baixo da escada e que, aos 11 anos de idade, descobre ser um bruxo conquistou os corações de crianças e jovens do mundo inteiro, em um fenômeno cultural que só pode ser comparado ao impacto das peças de Shakespeare, de O senhor dos anéis e de Star Wars. Como era de se esperar, adultos também começaram a se interessar pelas aventuras do bruxinho e, mais tarde, o mundo acadêmico. Atualmente, Harry Potter se tornou um universo ficcional em expansão, contando com outras obras literárias, teatrais e fílmicas que se desenvolvem em seu mundo, jogos de videogame, card games e jogos de tabuleiro, gadgets e colecionáveis, parques temáticos, estilo e filosofia de vida.

Pelo menos duas gerações de crianças e jovens nasceram e cresceram lendo os livros e assistindo os filmes da série, e pessoas como eu – que eram adolescentes quando A Pedra Filosofal foi publicado – tiveram suas vidas influenciadas e mudadas por esse reino de fantasia. Lembro-me que, entre 1997 e 2003, quando eu trabalhava em uma fábrica de lápis, um lugar ao qual eu não pertencia e que só gerava sofrimento em minha alma, era ao livro e posteriormente ao filme de A Pedra Filosofal a que eu recorria em todos os domingos à noite – quando os horrores da angústia de ter que acordar cedo na segunda-feira para fazer o que não me dava nenhum alento ou prazer assolavam meu coração – para poder encontrar forças e não explodir. A Pedra Filosofal, muito em particular, foi o livro que não deixou a chama da esperança se apagar em mim e, a partir dele e com ele, a minha vida foi aos poucos mudando.

Em 1998, eu finalizava o ensino médio e me preparava para prestar o vestibular quando A Câmara Secreta foi publicado. Em 1999, meu primeiro ano de universidade, veio O Prisioneiro de Azkaban, meu livro favorito da série depois de A Pedra Filosofal, e no ano seguinte foi publicado O Cálice de Fogo. Em 2003, um ano muito especial para mim – eu terminei a faculdade; a pessoa que viria, um dia, a ser um dos meus amigos mais querido aceitou orientar-me na pós-graduação (o que foi o início de uma amizade e de um trabalho conjunto que já dura 14 anos); prestei o exame e passei no mestrado; prestei um concurso público para professor do estado e passei (e fui demitido, graças a Merlin, da fábrica de lápis) –, foi publicado A Ordem da Fênix, o livro mais longo e complexo da série (como a minha vida naquele ano). Em 2005, eu terminava de escrever minha dissertação de mestrado quando o mundo (e eu, é claro) leu O Enigma do Príncipe. E em 2007, outro ano muito especial para mim – comecei o doutorado, namorei pela primeira vez, assumi-me para mim mesmo como sou –, chegou o aventuroso, sombrio e difícil (era o último romance da série) As Relíquias da Morte.

A série Harry Potter me acompanhou em momentos importantes e divisores de água na minha vida, e desde então tem sido inspiração e motivo de alegrias. É por causa de tudo que ela significa para mim que, quando cheguei onde eu queria estar na minha profissão, decidi conceber um evento que a homenageasse e que pudesse inspirar outras pessoas a seguirem seus sonhos pelas veredas do mágico, do maravilhoso, do fantástico, da fantasia e do gótico, apesar de todas as dificuldades que a vida impõe. Foi assim que surgiu o Halloween Harry, que este ano comemorará os 20 anos de A Pedra Filosofal.

Hoje, Harry Potter é algo tão importante na minha vida que faz parte da minha profissão – e eu AMO minha profissão como AMO Harry Potter. Já orientei trabalhos sobre esse universo e, no momento em que verto, emocionado, essas palavras, escrevo um capítulo de livro sobre Horcruxes.

É por tudo isso que eu gostaria de agradecer publicamente J. K. Rowling por ter concebido Harry Potter e, com isso, dado alento, inspiração e mesmo salvado a vida de muitos.

E meus parabéns – e meu muito obrigado – ao ainda bastante jovem A Pedra Filosofal. Desejo-lhe vida longa e abençoada pelas graças dos grandes Merlin, Shakespeare e Tolkien, que enviam suas congratulações diretamente da mística e brumosa Avalon, para onde vão os mestres da literatura inglesa quando atravessam o Portal dos Mortos.


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