segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

OS 10 LIVROS QUE VOCÊ TEM QUE LER ANTES DE MORRER

A grande maioria das pessoas adora me perguntar quais são meus filmes preferido, quais são minhas músicas preferidas, quais são meus atores e atrizes preferidos, quais são meus cantores preferidos, qual é minha maquiagem preferida etc.

Mas raríssimas foram as pessoas que, até hoje, me perguntaram quais são meus livros preferidos.
E é claro que isso tem uma explicação lógica: 99,99% das pessoas, e essa porcentagem NÃO se aplica apenas às pessoas que conheço, simplesmente não lêem, não têm o hábito da leitura. Sim, isso é lastimável.
Mas mais lastimável do que isso é saber que os 0,01% restantes que dizem ler geralmente lêem Paulo Coelho, Gabriel Chalita, Roberto Shiniachique, Padre Marcelo Rossi (não, ele não é meu parente, graças a Deus!), Lair Ribeiro, Padre Fábio de Melo e todo esse lixo asqueroso conhecido como auto-ajuda (auto-ajuda para os autores, é claro, que estão ganhando horrores de dinheiro enquanto idiotas lêem as infinitas bobagens que eles escrevem e, pior do que isso, acreditam e pautam suas vidas por esses rabiscos!). Quando a ínfima porcentagem de leitores que conheço — absoluta exceção, é claro, aos amados amigos da área de Literatura — não lêem auto-ajuda, eles lêem ficção fantástica de décima categoria (Dean Koontz, Stephen King e praticamente todas as publicações brasileiras do gênero).

Mesmo meus alunos no curso de Letras geralmente não lêem. Já perguntei a vários deles o que estavam lendo e, quando a resposta não era simplesmente "nada", era um paradoxal "não gosto de ler". Interessante isso... não gostar de ler e ir estudar Letras. É o mesmo que não gostar de números e ir estudar Matemática.

Muitas pessoas com quem converso sobre leitura dizem ter assistido aos filmes que adaptam textos literários ao cinema. Algo do tipo: "Você já leu 'O Senhor dos Anéis'?", pergunto eu na minha inocência naïve, ao que o ser humano responde "Não... mas já assisti o filme!". É claro que a conversa sobre leitura termina aí e eu já desisti de tentar explicar o óbvio ululante, que por ser tão óbvio é tão difícil: livros e filmes com o mesmo título NÃO SÃO A MESMA COISA. A grande maioria das pessoas sabe disso, mas assistir a um filme é muito mais rápido do que ler um livro... e então está tudo certo.

Em suma, hoje vou responder uma pergunta que quase nunca me foi feita (talvez porque eu adore responder a perguntas que normalmente não são feitas): quais são seus livros preferidos?, livros que, por extensão, são os livros que todos deveriam ler antes de morrer. É óbvio, não é minha gente?!, que eu mesmo criei meu cânone e agora estou apresentando-o ao Mundo! Contra-cânones ao meu são muito bem vindos... se você tiver coragem, é claro, de propor um outro cânone diferente do meu. Aos que se sentirem tentados, fiquem à vontade em usar os comentários pra isso... rsrsrs

Aproveitando a onda das listas das 1001 coisas que você tem que fazer antes de morrer, abaixo estão os singelos 10 livros que eu mais gosto e que VOCÊ TEM QUE LER ANTES DE MORRER!

10º - O NOME DA ROSA [Il Nome della Rosa, 1980], de Umberto Eco.
Meu décimo lugar é um clássico dos clássicos: um romance policial que se passa na Idade Média. Tudo em O Nome da Rosa é genial: as personagens fascinantes (AMO Dom Guilherme de Baskerville, o frei-detetive), o cenário esfumaçado e sombrio (aquela biblioteca labiríntica é a própria "Biblioteca de Babel", de Borges...), os crimes hediondos (para quem só assistiu ao filme — que, diga-se de passagem, é uma porcaria — perdeu pelo menos 4 dos 7 crimes que acontecem).
O que eu mais gosto nesse livro, no entanto, é a chave da história: o mítico livro sobre a comédia que Aristóteles teria escrito em continuação à sua Arte Poética. Na Poética, um ensaio sobre a tragédia, Aristóteles diz que trataria da comédia em um outro texto. A questão é que esse texto nunca foi encontrado. Umberto Eco usa esse fato como ponto central de seu livro e, lá no final da história, apresenta para nós, leitores, sua versão de como seria a primeira página desse texto mítico. Enfim... é orgástico.

9º - UM BONDE CHAMADO DESEJO [A Streetcar Named Desire, 1947], de Tennessee Williams.
Essa é uma peça de teatro. "A" peça de teatro. Aqui está todo o drama de ser alguém pertencente ao século XX, de ser alguém deslocado em um século de deslocamentos. Tennessee constrói um brilhante e vertiginoso jogo de luz e sombra, de passado e presente, de sanidade e loucura. Blanche DuBois... ah! Blanche, Blanche querida, eu sou você.
"Seja você quem for — eu sempre dependi da gentileza de estranhos" (cena 11).

8º - O SENHOR DOS ANÉIS [The Lord of the Rings, 1954 - 1955], de J. R. R. Tolkien.
Não há texto fantástico mais brilhante e mais bem construído do que esse. Tudo que se produziu depois (As Crônicas de Nárnia, Harry Potter, Percy Jackson etc., etc., etc.) não passa de simples sombra, de simples arremedo do texto supremo.
O Senhor dos Anéis é muitas coisas: um épico, um romance, um texto fantástico, um mito para o povo inglês, a história do Um Anel, a história de Frodo, a história de todos nós, a história que todos nós gostaríamos de ter contado, o motivo de existência dos jogos de RPG. Mas, acima de tudo, ele é a história da nossa vida, das escolhas que temos que fazer ou que somos levados a fazer por força das circunstâncias, e das responsabilidades que assumimos ao fazer essas escolhas.

7º - FAUSTO [Faust, 1806 - 1832], de Johann Wolfgang von Goethe.
A história da maior das ambições humanas: o conhecimento. Basicamente, é a história do doutor Fausto, um cientista que, em busca do conhecimento último, vende sua alma ao Diabo para consegui-lo; e sim, ele consegue. Mas, é claro, fica exasperado com o que descobre e luta para conseguir desfazer o contrato de venda com Mefistófeles, um dos vários nomes do Demônio.
Ao terminar de ler o Fausto ficamos com a interessante sensação de que o Diabo somos nós mesmos... somos todos demônios de nós mesmos, sempre buscando o pior para nós, iludidos que somos por nossas crenças errôneas.
Fausto é também uma belíssima visão do Demônio, a mais incompreendida de todas as personagens inventadas pela Literatura Ocidental.

6º - O MORRO DOS VENTOS UIVANTES [Wuthering Heights, 1847], de Emily Brontë.
De longe o mais arrebatador, o mais poderoso, o mais brilhante romance que já li em toda a minha vida. A força da narrativa é tão grande que precisei ler aos poucos, parando de tempos em tempos para respirar e não infartar. Se você puder ler no original, faça isso. Infelizmente, a tradução aqui perde muito.
O Romeu e Julieta, de Shakespeare, parece uma novela mexicana perto dessa obra.
Um aviso para você que leu Crepúsculo e só ouviu falar dessa obra via essa cretinice idiota e imbecil rabiscada por uma pseudo-escritora: NÃO LEIA ESSE ROMANCE! O Morro dos Ventos Uivantes NÃO É PARA VOCÊ! E lhe digo porque: por que essa é uma obra de verdade, é Literatura de verdade, e não isso que você leu ou está lendo. Para você, a obra máxima de Emily Brontë vai fazer mal por ser complexa demais e brilhante demais para o seu nível de compreensão. Então, coloque-se no seu lugar e vá agora ler Danielle Steel ou Sidney Sheldon se você já leu todo o lixo escrevinhado por Stephenie Meyer.

5º - O DESPERTAR [The Awakening, 1899], de Kate Chopin.
De uma delicadeza imponderável. De um brilhantismo comparável apenas a O Morro dos Ventos Uivantes. Revolucionário. Inovador. Desarticulador. O romance que ensinou as mulheres e o Feminismo a resistir. O romance que me ensinou a resistir e a persistir.
Eu sou extremamente suspeito para falar dessa obra depois de ter escrito uma dissertação de mestrado e artigos sobre ela. Contudo, certamente você será uma pessoa antes de lê-la e outra pessoa depois de lê-la. Aliás, será uma pessoa muito melhor depois de lê-la.

“Eu desistiria do não-essencial; daria meu dinheiro, daria minha vida, por meus filhos; mas não daria a mim própria” (capítulo XVI).

4º - A ILÍADA [Ιλιάδα, c. VIII a.C.], de Homero.
O texto fundador de toda a Literatura Ocidental. Antigo, difícil de ler mesmo nas melhores traduções, um texto que exige uma paciência de leitura e compreensão que há muito perdemos. Ainda assim, A Ilíada é estonteante, de uma beleza ímpar e de uma originalidade incomparável. Não há como deixar de se apaixonar pelo irado Aquiles, não há como não odiar Agamêmnon com todas as forças, não há como não chorar por Heitor, não há como não amar as maquinações de Afrodite.
Qualquer leitura d'A Ilíada é desconcertante por dois motivos: 1) Descobrimos que toda a literatura, o cinema e a cultura já foram escritos, filmados e produzidos oito século antes de Cristo, e que tudo que parece novo é só isso: parece novo, mas não é. 2) Nós nos reconhecemos, hoje, nesse texto profético: A Ilíada descreve, com toda naturalidade e sobriedade que só os gregos poderiam ter, quem somos nós, seres humanos, hoje, agora, século XXI. Nenhum texto literário é mais atual do que A Ilíada, porque nela encontramos nosso espírito cultural e individual. Nós estamos escritos nesse texto, por mais assombroso que isso possa parecer.

3º -  A DIVINA COMÉDIA [La Divina Commedia, 1307 - 1321], de Dante Alighieri.
A Comédia de Dante funda, na minha opinião, o Ocidente como ele é hoje. Nossos medos, nossos desejos, nossas incompreensões, nossos erros, nossas buscas. Tudo está ali, trançado em terza rima.
As imagens do Inferno, do Purgatório e do Paraíso construídas no nosso imaginário foram inventadas e pintadas por esse texto.
O Inferno! Ah, o Inferno! Nenhum poema que eu tenha lido até hoje se compara à força poética do Inferno de Dante.
Esse é um texto para quem não tem preconceitos, para quem não tem medo do Inferno, do Demônio, de Deus etc. É um texto para quem quer compreender o que são os dogmas de todas as religiões, dogmas que fundaram nossa cultura e que estão tão arraigados em nós que passaram a pautar nossa existência.
Não, esse não é um texto para pessoas fracas de espírito e de compreensão, nem para diletantes em Literatura, nem para iniciantes e nem para pessoas com menos de 30 anos de idade. 99% das pessoas que tentam ler a Comédia de Dante a abandonam no primeiro canto do Inferno, portanto não perca o seu tempo se você tem pouca experiência de vida: esse não é um texto para leitores comuns.

2º - Hamlet [Hamlet, Prince of Denmarke, 1599 - 1601], de William Shakespeare.
O que dizer de Hamlet? Nada.
Hamlet é um texto que nos cala, que nos assombra, que nos prostra. Ele nos lança dentro de nós mesmos sem a menor compaixão, escava o mais íntimo do nosso ser e coloca à mostra nossas feridas mais sangrentas. Hamlet é o texto que dramatiza a condição humana como ela é, e não como nós gostaríamos que ela fosse. É por isso que toda a Literatura Ocidental divide-se entre Antes de Hamlet e Depois de Hamlet.
"Que obra-prima é o homem! Como é nobre em sua razão! Que capacidade infinita! Como é preciso e bem-feito em forma e movimento! Um anjo na ação! Um deus no entendimento, paradigma dos animais, maravilha do mundo. Contudo, pra mim, é apenas a quintessência do pó" (Ato II, cena II).

1º - ÉDIPO REI [Οἰδίπους Τύραννος, c. III a.C.], de Sófocles.
Finalmente, o primeiro, o Livro dos Livros, o Texto dos Textos, o Texto Supremo. NADA, ABSOLUTAMENTE NADA, se compara a esse. Ele é único, inigualável, inimitável. O único texto que pode ser chamado de PERFEITO em letras garrafais, e ainda assim essa palavra é muito limitada para exprimir o que ele de fato é.
Pouco há a se dizer sobre esse texto, porque só é possível lê-lo e senti-lo. É praticamente impossível falar sobre ele. Não porque se trate de um texto como Hamlet, que cala o leitor, ou de um texto de extrema complexidade, mas sim por que Édipo Rei funda a nossa cultura e o nosso eu. Ele inaugura nossa existência. Como falar de algo que te criou? Como falar de algo que sabe mais sobre você do que você mesmo? Como falar de algo que está em você e é você de uma maneira inelutável e inescapável?
É como tentar falar de Deus: não é possível falar de Deus, pois se fosse possível falar de Deus Ele não seria Deus. Essa mesma impossibilidade se aplica ao Édipo Rei.
Apenas duas coisas eu consigo exprimir sobre essa obra: 1) É o texto que instaura a questão da existência, a pergunta-chave, a bifurcação do ser a que todos nós um dia chegamos em nossas vidas: quem sou eu? 2) Ele dá a resposta para essa pergunta.
Antes de ler Édipo Rei, no entanto, eu recomendo veementemente que você considere as palavras escritas no portal do Oráculo de Delphos: "Conhece a ti mesmo".

54 comentários:

  1. ufa!!!!
    Acho que posso morrer em paz logo, logo.
    Só me falta ler "O Senhor dos anéis"
    Bem, faço uma proposta, achei sua lista perfeita, no entanto acrescentaria mais alguns, e que outras pessoas também acrescentassem e estendessemos a lista para os outros 10 livros que temos que ler antes de morrer.
    Eu acrescentaria

    - "O Livro das mil e uma noites" de Mamede Mustafa Jarouche; tem que ser esse e não os genérics que se dizem "as mil e uma noites".

    - "Cem anos de solidão" de Gabriel Garcia Márquez; todos devem conhecer Macondo!!!

    - o conto "Carmem" de Prosper Merimée, que originou a ópera.

    - "A dama das camélias" de Alexandre Dumas Filho, que originou a ópera "La traviata".

    Claro que ninguém pode morrer também sem ter lido algum livro de Jorge Luiz Borges e um conto de Poe, isso seria inadimissível, existe uma lenda que não lê-los irá queimar no fogo do inferno depois de ser estraçalhado por vários cérberos e continuar vivo só para Hades colocar outra vez, "carinhosamente", para queimar até ele cansar e mandar novamente para os cérberos e assim sucessivamente!!!

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  2. Eu tb tenho uma lista de 10 revistinhas da turma da mônica que eu li antes de morrer...

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  3. - Qual é seua maquiagem predileta?
    - Você pensou em mim quando falou do King?
    - Cadê a Literatura Brasileira nessa lista?
    - HahA...você odeia mesmo Crepusculo (não é uma pergunta).

    Li somente metade da sua lista...não creio que vou ler a Iliada, e a Divina Comédia é muuuuuuuuuito complicada para minha alma moderna...mas você tem razão pricipalmente a respeito de O Morro dos Ventos Uivantes e O Nome da Rosa...são histórias divinas...

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  4. Você já deve ter ouvido/lido o tal ditado onde se diz que: "Gosto não se discute"...Isso quer dizer que, o fato de você gostar de determinados livros, não quer dizer que o restante é lixo...concorda? Na sua visão, pode ser, mãssssss, considerando que, a porcentagem de quem aprecia a leitura é tão baixa, se um ser resolve ler um Padre Marcelo (Eu não tomei essa decisão) podemos considerar um pequeno avanço...quem sabe com o tempo, um gosto mais apurado não se desenvolva?
    Muito boa sua lista...o mais difícil para mim foi o Senhor dos anéis...tive que assistir aos filmes...

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  5. Respondendo à Cher:

    * Maquiagem preferida: base Avon Magix cashmere finish foundation no tom bege claro.

    * Não, eu não pensei em você quando falei do King. Você é uma leitora diferenciada, por isso foi uma das minhas inspirações para criar meu blog. No entanto, na lista acima, e no blog de uma maneira geral, optei por expressar minhas opiniões "de verdadinha", sem a máscara do professor de literatura que tem compromisso com o incentivo à leitura. Dentro dessa máscara, é claro, Stephen King é o que há de melhor em termos de ficção de terror no século XX. No entanto, o Cido crítico literário e o Cido leitor por diversão (ainda que não seja mais claro para mim onde começa uma coisa e onde começa a outra) pensam o seguinte: Stephen King é lixo. Dele salva apenas, única e exclusivamente, o ciclo da Torre Negra e mais nada. Evidente, né Cher, que essa é uma opinião muito redutora, muito idiossincrática e absolutamente discutível. Mas é o que eu penso. Assim como você vai discordar veementemente de mim, é claro. Aguarde que virá um post sobre King e a ficção fantástica/gótica brasileira que, desde já aviso, reduzirá a pó muita coisa.

    * A Literatura Brasileira não está nesta lista simplesmente porque eu não gosto de Literatura Brasileira. Exceção, é claro, a Machado, Rosa e Lispector. Mas eles não me marcaram, não tocaram minha alma para estarem nesta lista. Pode esperar que haverá também um post "Porque eu não gosto de Literatura Brasileira"... e ele decepcionará muita gente.

    * Eu não odeio Crepúsculo. EU EXECRO CREPÚSCULO! EU QUERO VER STEPHENIE MEYER E SEUS LIVROS QUEIMADOS EM UMA FOGUEIRA EM PRAÇA PÚBLICA, AO LADO DE OUTRA FOGUEIRA COM PAULO COELHO E SEUS RABISCOS TAMBÉM! rsrsrsrs

    Agora sou eu que quero saber: quais foram os livros da minha lista que você leu? (Além de O Nome da Rosa e O Morro dos Ventos Uivantes, é claro).

    Ler A Ilíada e/ou A Divina Comédia é, Cher, uma questão de tempo. Um dia você sentirá vontade de ler esses livros... ou não.

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  6. Respondendo à Euzinha:

    Obrigado pelo elogio à minha lista. Muito gentil da sua parte.
    Pena que você teve que assistir aos filmes de O Senhor dos Anéis... possa a Luz de Eärendil ter aberto sua mente.

    Gosto não se discute quando se é um leitor comum, um leitor que lê porque simplesmente gosta de ler; um leitor que está pouco se lixando se o foco narrativo utilizado por Machado de Assis em Memórias Póstumas de Brás Cubas é interno ou externo, ou se o subtexto de Jane Eyre desarticula ou não o patriarcado.

    Esse, infelizmente, não é o meu caso.

    Eu sou um professor e pesquisador de Literatura. Literatura, portanto, é minha profissão. Isso, é claro, traz dois problemas: 1) enquanto professor de Literatura, eu tenho um compromisso com o incentivo à leitura e, como tal, não posso expressar minhas verdadeiras opiniões sobre determinados livros; 2) enquanto pesquisador de Literatura, eu não posso me dar ao luxo de fazer uma leitura comum de qualquer texto; eu não posso ler como um leitor comum, que lê basicamente por diversão. Isso porque eu tenho um compromisso ético e moral enquanto cientista.

    Aqui neste blog, no entanto, eu não tenho nenhum desses compromissos: não tenho compromisso nenhum em incentivar a leitura, e não tenho nenhum compromisso científico ético-moral.
    É claro que isso não me torna menos professor ou menos pesquisador de Literatura, mas me permite ser também um leitor comum e imprimir minhas idiossincrasias pessoais nas minhas opiniões.
    Em resumo, este blog é um espaço onde me liberto das amarras da minha profissão sem, no entanto, deixar de ser profissional.

    Por isso, aqui eu vou discutir gostos de leitura sim, e não apenas lamentá-los.
    Tudo que eu postar aqui é minha visão dentro do que eu coloquei acima, uma visão, é claro, MUITO discutível, parcial, particular, idiosincrática, pessoal, subjetiva e provocativa. Por isso mesmo, uma visão nada simplista. Evidente que o fato de eu gostar de determinados livros não quer dizer, nem de longe, que o restante é lixo, não é? Convido a você a deixar aqui uma lista dos livros que você gosta, como uma espécie de contra-cânone ao meu cânone, como fez a Vívien acima.
    Um post futuro tratará dos critérios que eu uso para classificar um livro de bom e um livro de lixo.

    Como eu disse, aqui eu não tenho compromisso nenhum com o incentivo à leitura, logo eu não vejo avanço nenhum em alguém que não tem ainda o hábito da leitura pegar um livro de Padre Marcelo Rossi como primeiro livro para ler. Eu vejo nisso um retrocesso, mostrando que nosso mercado editorial não tem nada de melhor para atrair seu público ou que o que há de bom para ser lido fica propositalmente escondido nas prateleiras das livrarias enquanto as vitrines estão cheias de porcarias que nada acrescentam ao leitor.

    Aqui neste blog, o fato do hábito da leitura não ser incentivado nos brasileiros, o fato do acesso à leitura ser bastante difícil no Brasil e o fato da educação brasileira estar falida NÃO SÃO DESCULPAS para se ler livros ruins, o que não quer dizer que eu não esteja perfeitamente consciente e preocupado com todos esses problemas.

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  7. Uma grande parcela das pessoas realmente não possui condições de acessar leituras mais requintadas por uma série de fatores que não cabe ser enumerada aqui, embora existam aqueles que ainda assim se recusam a ser deixados para trás e correm atrás do tempo perdido. Esses são heróis e Camões já deixou bem claro o quão infeliz é uma terra que precisa de heróis.

    Porém, há uma parcela considerável que não é nada e vai continuar assim não por não ter condições e sim porque essa postura é confortável; dá para culpar aos outros (o governo é a vítima preferida). Esses são os sem vergonha, malandros, metidos a espertalhões, oportunistas, cujo vocabulário não vai além de ditos populares e cuja imaginação se vê limitada pelo mundo de sonhos em que se encontra.

    Esses são os do "deixa a vida me levar" e que, mesmo sabendo que a vida os está levando, continuam deixando a vida levá-los porque têm medo de que se a vida não os quiser alguém vai querer (o demônio, por exemplo). E vai mesmo, mas apenas como massa de manobra.

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  8. Bom Cido de fato esta é uma grande lista que merece todo respeito, porém ela demonstra bastante o seu gosto pessoal, afinal esta é sua lista ok, mas eu digo isto porque pude notar a ausência de grandes nomes que geralmente costumo encontrar quando me deparo com uma lista como esta. Para citar algumas obras que sempre circulam nestas listas; Dom Quixote de La Mancha (Miguel de Cervantes), Em busca do tempo perdido (Marcel Proust), Ulisses (James Joyce), Guerra e paz (Leon Tostói), Crime e castigo (Fiodor Dostoiévski), “A Eneida” (Virgílio), O paraíso perdido (Jonh Milton) além é claro da Odisséia de Homero que sempre esta ao lado da Ilíada. Contudo com exceção de Crime e Castigo, A Eneida e a Odisséia, eu não li os demais, mas ainda pretendo ler a todos, assim como alguns mencionados aqui por você que despertaram a minha curiosidade. Sobre a lista em si; para começar eu infelizmente assisti apenas ao filme de “O nome da rosa”, pois eu vim a saber sobre a existência do livro posteriormente e desde então eu ainda não tive a oportunidade lê-lo. Continuando; eu não li “Um bonde chamado desejo”, “Fausto’ (mas quero muito ler este), “O despertar’, e apesar de conhecer a história de “A Ilíada” e Édipo Rei”, também fico devendo em relação a esses dois. Concordo com você em relação aos seus comentários das obras, em particular eu me identifico muito com duas delas; “O morro dos ventos uivantes”, este também foi o melhor romance que já li, o mais intenso, que chega a dar calafrios em certos momentos, e é claro que “A Divina Comédia”, afinal eu estou desenvolvendo meu TCC em cima desta obra, que só percebi toda a sua grandiosidade graças a você, porém eu ainda tenho muito a trabalhar com ela para poder melhor compreendê-la e sei que não vai ser nada fácil. Concluindo eu, assim como a Cher, também senti falta da literatura brasileira (“Memórias Póstumas de Brás Cubas” - Machado de Assis) e poderia citar alguns livros que também são muito bons em minha humilde opinião, como “O Retrato de Dorian Gray” (Oscar Wilde), e os já mencionados “A Eneida” e Crime e Castigo” e não posso esquecer de “Ficções” (Jorge Luis Borges), pois não quero ir para o inferno como a Vivien diz...rsrsrsrs... principalmente se for o inferno de Dante...rsrsrsr... Para finalizar parabéns pela ousadia, porque esta não é uma tarefa fácil, escolher apenas dez livros e expor sua opinião de forma tão intensa a outras pessoas, é estar aberto a “críticas”, pois listas são sempre contraditórias. Até mais!

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  9. Resposta ao Vanberto: de fato é isso mesmo, em resumo.

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  10. Cido, gerando polêmicas...novidade!!
    Bom, eu nem me atentei para o fato do "gosto pessoal" na sua lista. Além de cada um de nós ter um gosto muito específico para leitura, é realmente muito difícil resumir a literatura em 10 obras. Sou uma leitora de ficção leve, e mesmo entre essas, sempre nos deparamos com algumas obras que passam de simples livretos, para obras clássicas. Se o morro dos Ventos Uivantes fosse lançado hoje, talvez se tornasse um cult popular e os críticos iriam odia-lo.
    Acho que qualquer leitor tem que evoluir, para poder chegar à fase dos Épicos clássicos, e por que não começar com Goosebumps?
    Minha lista de dez livros para ler antes de morrer seria de livros mais divertidos, mas que mesmo assim mostram as misérias e belezas humanas...
    Enfim, da sua lista li:
    * Os senhor dos Anéis
    * Hamlet
    * O morro dos Ventos uivantes
    * O nome da rosa
    * Édipo Rei
    Dos que sobraram, creio que vou ler Um bonde chamado desejo, mas não aguento fausto...tentei duas vezes. Quanto ao Ulisses, Diógenes, ninguém merece a tortura que é ler Joyce.
    Falei .

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  11. Sei da complexidade de “Ulisses”, afinal esta é uma epopéia de 24 horas na vida de um homem comum, de mais ou menos 900 páginas inspirada na Odisséia de Homero. Eu não a li, e acredito que ainda não estou preparado para lê-la, mas não deixa de ser um grande desafio. Eu apenas li um artigo sobre ela que é considerada uma obra intraduzível, devido aos jogos de palavras, os trocadilhos e as deformações léxicas. “Ulisses” foi considerado na época como “um romance para acabar com todos os romances”, de fato é no mínimo intrigante. Contudo não foi minha intenção dizer o que é certo ou errado sobre literatura, quem sou eu para fazer isso, eu fiz apenas uma comparação com os títulos que normalmente se encontram nestas listas com os escolhidos pelo Cido, que foram muito bem argumentados. Opiniões divergem de uma pessoa para outra (ainda bem), e que assim continue.

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  12. Não quero de forma alguma argumentar com um professor e pesquisador de literatura (nem cacife para isso tenho) Mas já que o blog é no sentido de “leitores em geral”, então defendo toda e qualquer literatura.
    O autor que escreve, pode não produzir um bom livro, mas se existem pessoas que os lê, alguma coisa encontrou ali que servia para ele naquele momento. Aliás, creio que é por isso que as pessoas lêem... Para se identificar com algo ali escrito.
    Quem lê Padre Marcelo, procura Jesus
    Quem lê Paulo Coelho, procura espiritualidade
    Quem lê Augusto Cury, procura ajuda
    Quem lê a Bíblia, procura Deus
    Quem lê Crepúsculo, procura um romance
    Quem lê contos eróticos, procura prazer

    Não importa o que se procura menos ainda se encontrou... O que vale mesmo é que quem leu tudo isso, acabou encontrando contradições entre uma coisa e outra e se questionou... E então um leque de possibilidades se abriu...e quem sabe, nesses novos caminhos, chega-se a um MORRO DOS VENTOS UIVANTES? E mais, já preparado para “apreciar” de fato a leitura...
    Não vou colocar aqui minha lista... São muitos e eu não conseguiria nomear apenas 10 como (na minha visão) os melhores. Mas posso adiantar que de sua lista, só me falta A ALÍADA e O DESPERTAR.
    Perdoe-me pela visão simplista...

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  14. Quem lê os seus posts da Euzinha, procura a morte do coração! Porque é preciso estar com a saúde em dia para não ter um surto de eplepsia ou coisa que o valha.

    "Quem lê Paulo Coelho, procura espiritualidade"...

    Só na sua imaginação bem "fértil" mesmo. Ao invés de você ficar dizendo besteiras, porque não tenta contribuir com alguma coisa que vá além da opinião da maioria?

    Você deveria parar de ler Augusto Cury... a ajuda que ele oferece nas merdas que escreve não parece estar te ajudando muito.

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  15. Resposta ao Diógenes:

    Olá Diógenes! Que bom encontrá-lo por aqui, meu caro. Desde já obrigado pela sua opinião e pelo seu contra-cânone.

    Aliás, um contra-cânone de peso! Meus sinceros parabéns!

    Não é, é claro, o meu cânone, Diógenes, porque nenhum dos textos que você menciona tocou minha alma, ainda que muitos deles eu ache maravilhosos e outros me intriguem muito (caso do conto "Biblioteca de Babel", do livro de Borges que você menciona). Contudo, eu reconheço a suma importância da Eneida, das obras de Dostoiévski que você menciona (e que, mea culpa, eu ainda não li), do Paraíso Perdido, dos textos da Literatura Brasileira, da obra-prima de Wilde, dos contos de Borges e do revolucionário romance de Joyce.

    Sem dúvida textos grandiosos, que fazem juz à Literatura ser uma das sete artes.
    Entretanto, para compor meu cânone eu me pautei muito mais por gostos pessoais (misturados à leituras bastante rigorosas, é claro... rsrsrs) do que por compor uma lista "padrão" desse tipo.
    Como você sabe, Diógenes, a maioria das pessoas que criam listas do tipo "os 10 mais" geralmente só ouviram falar daquilo que estão listando, sem de fato conhecer. Esse não foi um dos meus critérios.

    Tomei por critérios básicos os textos que li, dentre estes os textos que amo e dentre estes os textos que tocaram a minha alma e que me emocionam ainda hoje. Daqui há dez anos certamente essa lista terá mudado (ou não... rsrs).
    Com certeza que o resultado de tais critérios seria uma lista que foge às "prerrogativas" e aos "padrões" de listas do tipo. Como você sabe, poucos são mais fora do padrão do que eu... rsrsrsrsrsrs.

    Como eu disse à Cher, a Literatura Brasileira não está presente na lista porque eu não gosto de Literatura Brasileira, a não ser dos textos de Machado, Rosa e Lispector que, infelizmente, ainda não conseguiram tocar minha alma... talvez porque eu os tenha lido errado ou não os tenha lido como merecem ser lidos.

    Abração e apareça sempre!

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  16. Resposta à Vívien:

    Como todo mundo tá ganhando respostas nesta discussão, achei injusto não responder a você também, a pessoa que começou tudo isso!

    Como eu disse a você pessoalmente, seu contra-cânone é mais ou menos... ele é meia-boca RSRSRSRSRSRSRSRSRSRSRS! [eu não poderia perder a oportunidade de te zoar aqui!].

    Mas por que seu contra-cânone é meia-boca? Por dois motivos: Carmem e A Dama das Camélias.

    Carmem é um conto romântico bobo do Merrimé que ficou infinitamente melhor transformado em ópera por Bizet. A Carmem de Bizet sim! Está é brilhante e toca nossas almas sempre. Carmem é minha ópera favorita! A Habanera cantada por Maria Callas é de fazer os pássaros se calarem para ouvir.

    A Dama das Camélias é outro texto romântico bobo: um dramalhão mexicano que faz a gente rir a cada movimento. Não sei onde Verdi estava com a cabeça quando resolveu transformar esse texto na La Traviata! Ainda assim, a ópera novamente ficou bem melhor do que o texto que a inspirou.
    Em geral Violeta Valéry me causa ataques de riso, mas devo admitir que a interpretação de Anna Netrebko para a personagem no Festival de Ópera de Salzburgo em 2005 é deliciosa: super pós-moderna!
    É claro que Netrebko não é Joan Sutherland e nem Rolando Villazón (Alfredo) é Pavarotti, mas ficou muito bom.

    Quanto às demais obras que você menciona, estas sim tocam nossas almas: As Mil e Uma Noites, Cem Anos de Solidão, os contos de Borges e Mestre Poe... ah Mestre Edgar Allan Poe! Ele merecerá um post especial para ele...

    Abração!

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  17. Resposta a marketing:

    Olá marketing! Você deve ser alguém que conheço, mas não consigo distinguir quem possa ser. Também, assinar um post como "marketing" fica difícil, né?! RSRSRS

    Vamos lá: discordo sobre O Morro dos Ventos Uivantes. Neil Gaiman (enquanto romancista) é um cult popular e os críticos AMAM. Aliás, Gaiman é tudo que falta a Stephen King e Harry Potter não existiria sem ele.

    Também discordo que os leitores têm que evoluir para chegar aos textos clássicos: é justamente o contrário. Um leitor só evolui se, e somente se, lê os clássicos. Posso até concordar que, para um começo do começo, pegar de cara um Édipo Rei e mesmo um O Senhor dos Anéis pode ser traumático. Mas o apuro do gosto da leitura está diretamente relacionado ao apuro dos textos que se lê. Ninguém que lê Goosebumps (ou os livros da Série Vagalume da minha época...) e fica só nisso chega nos clássicos... aliás, não chega a lugar nenhum.
    Há um momento em que temos que encarar um desafio de verdadinha, em que temos que deixar Goosebumps, Série Vagalume, Pedro Bandeira e Agatha Christie de lado em busca de algo menos repetitivo e menos previsível. Por isso, quanto mais cedo lemos os clássicos, mais cedo somos lidos por eles, mais nossos gostos se apuram e mais tempo temos para voltar aos mesmos clássicos em outras épocas de nossas vidas para encontrarmos coisas novas e diferentes. Ou você acha mesmo que ler hoje um livro de Agatha Christie que você já tenha lido em um outro momento da sua vida vai te trazer algo diferente?

    Com relação a Goosebumps, eu o colocaria na minha de "Os 10 livros mais maras", que deve aparecer logo mais por aqui.

    Você diz que sua lista dos "10 mais" seria de livros divertidos que, ao mesmo tempo, mostram de alguma forma as misérias e belezas humanas. Não se iluda, marketing querido(a): como diria Padre Quevedo, estes livros "non ecxisten"! Mas eu convido você a deixar uma listinha desses livros que, na sua opinião, trazem essa particularidade... rsrsrsrs (sim, se você é meu/minha aluno/amigo/parente você sabe que eu sou maligno e sabe muito bem o que eu vou fazer com a lista aqui... rsrsrs).

    Ah! E Joyce é uma tortura para quem não está preparado para lê-lo. Como A Divina Comédia, este não é um texto nem para diletantes, nem para iniciantes e nem para leitores intermediários. Ele é um livro para leitores muito avançados e, é claro, para especialistas.

    Abraços!

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  18. Resposta ao segundo post de Euzinha:

    Caríssima! Este blog é para todos, especialistas e não-especialistas em Literatura. Leitores comuns e leitores especializados. Não-leitores inclusive.
    Então você deve sim querer argumentar comigo. Por que não? Eu também quero argumentar com você, senão teria simplesmente apagado seus posts.
    Não se trata de cacife, minha cara, mas sim de liberdade para expressar idéias! Aqui você e eu temos isso, ainda que eu seja bastante idiossincrático e passional em expressar minhas idéias, e talvez você esteja levando excessivamente a sério essas minhas idiossincrasias e passionalidades. Faça como meus alunos e ex-alunos: brinque comigo! Eu adoro brincar falando de coisas sérias...

    Vamos lá então:

    Há basicamente dois motivos para “escritores” não escreverem bons livros: 1) o “escritor” escreve pra ganhar dinheiro; 2) o “escritor” escreve por puro ego e, como é milionário, paga para que o publiquem.

    Paulo Coelho, Padre Marcelo, Stephenie Meyer e a grande maioria dos rabiscadores... digo, “escritores”, de auto-ajuda escreve pelo primeiro motivo.
    Augusto Cury, Narcisa Tamborindeguy, José Sarney, Roberto Schiniachique, Gabriel Chalita, dentre outros, escrevem pelo segundo motivo.

    Existem táticas e técnicas para escrever e atingir o objetivo do primeiro motivo; e existem editoras que aceitam publicar apenas por dinheiro no caso do segundo motivo.

    Vamos falar do primeiro motivo, então, que é bem mais interessante do que o segundo.
    Um leitor que leu Paulo Coelho ou Padre Marcelo e encontrou algo ali que servia para ele simplesmente caiu nas armadilhas das técnicas de elaboração de textos feitos para vender. O problema sério é que, geralmente, essas técnicas visam exatamente estar de acordo com o que servia para o leitor no momento em que ele decide ler aquele texto ou aquele autor. Em resumo, leitor de Paulo Coelho e de Padre Marcelo é previsível, assim como todos os leitores que você listou (aliás, eu concordo com a sua lista de motivos/identificações para leitura desses textos/autores, o “tudo isso” que você menciona). Se o leitor é previsível, eu posso então identificar quais são os pontos de previsibilidade (acredite: há especialistas nesse tipo de coisa), criar um esquema tópico e aplicar à escrita (o próprio Word faz isso na ferramenta resumo! A gente aprende isso na escola quando estuda redação dissertativa – aquele famoso esqueminha do “introdução – desenvolvimento – conclusão”!). Pronto! Temos um Ágape da vida, ou um genial Verônika Decide Morrer!

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  19. continuando a resposta ao segundo post de Euzinha...

    Quem leu o “tudo isso” ao qual você se refere não encontrou contradição nenhuma, como você afirma que ocorre. Encontrou sim textos que pretendem resolver as contradições (é para isso e por isso que eles foram escritos, que vendem e que são lidos):
    * Quem lê Padre Marcelo encontra Jesus (um Jesus bem tragável e facinho, é verdade, e não o Jesus de “Eu vim para trazer a discórdia, e não a paz”, como ele mesmo diz nos Evangelhos);
    * Quem lê Paulo Coelho encontra a espiritualidade (ainda que seja em 11 minutos, tempo médio que, segundo o Mago, leva uma relação sexual; ou no mesmo lugar onde você sempre esteve, como reza O Alquimista);
    * Quem lê Augusto Cury encontra ajuda (ainda que seja uma ajuda tão subjetiva e intangível que ela acaba no momento em que você fecha o livro);
    * Quem lê a Bíblia encontra Deus (o Deus que as religiões disseram que você ia encontrar lá, é claro, e não o Deus que de fato está inscrito nos Textos Sagrados);
    * Quem lê Crepúsculo encontra romance (um romancecinho EMO, água com açúcar, fútil e desprovido de qualquer profundidade ou compromisso, como é o romance que as novas gerações buscam);
    * Quem lê contos eróticos encontra prazer (se lê os contos certos, é claro, e não Sabrina ou Júlia... rsrsrs).

    Que leque de outras possibilidades poderia se abrir se, ao invés de contradição, o leitor encontra em “tudo isso” as (pseudo-)“soluções” para as contradições? Como o leitor poderia estar preparado para chegar e apreciar O Morro dos Ventos Uivantes se os livros que ele lê são facilmente criáveis por uma ferramenta boba do editor de texto da Microsoft?

    Não, querida Euzinha. Esse “tudo isso” que você menciona não é Literatura não e não tem nenhuma serventia para os leitores a não ser a serventia que esses próprios leitores são levados a buscar pelo marketing e pela propaganda. Perdoe-me por insistir na discordância.

    Os livros que realmente abrem outros caminhos para os leitores, que realmente trazem contradições, que realmente têm algo de útil e de importante a acrescentar à vida são aqueles que sacodem nossas certezas, que abalam nossas crenças, que desarticulam nossas verdades, que confundem nossa alma, que falam ao nosso coração, que ignoram completamente nossa racionalidade. Em suma, que nos tornam pó para que do pó possamos nos reerguer renovados.
    Os livros que realmente importam são aqueles que nos lêem muito mais do que são lidos por nós.

    Abraços!

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  20. Marketing sou eu com o email da escola...heheh

    Vou pensar no seu post e te respondo...

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  21. Eu, depois de pensar...
    Aghata Cristie não é previsível...mas, e bien...
    Não sei se tenho uma listinha de livros do tipo...um pensamento recorrente meu é "que livro eu gostaria de ter se caisse numa ilha deserta, fosse sequestrada pela Al-Qaeda, enfim, ficar um longo tempo sozinha"...
    Eu gostaria de ter a Biblia, e vc me conhece pra saber que não sou religiosa. Gostaria de ter um livro difícil, que me intrigasse e tivesse muitas interpretações...
    Você tem razão quando diz que alguns livros não mudam, quando nós os lemos depois de muito tempo. Acho que alguns textos tocam a gente profundamente, e têm significados diversos, dependendo da nossa maturidade e não do momento sentimental quee estamos passando. Mas livros pra mim são diversão, e eu consigo me divertir com A turma da Mônica tão bem quanto me divirto com o Blake. Acho que posso fazer isso por que tenho uma visão muito expandida do mundo (embora não seja uma visão clara).
    Na verdade creio que apreciamos melhor a leitura de qualquer obra quando temos mais com que comparar. Meu TCC é um exemplo disso...minha visão sobre Lúcifer, hoje, é muito ampla...e eu senti um desgosto enorme ao ler o livro-bestseller-cópia do crepusculo chamado Sussuro.
    A decepção não foi pelo texto em si, que é uma droga, mas pela leitura dos anjos caídos que a mocréia (a qual eu não lembro o nome) faz.

    Enfim...minha listinha de livros teria:
    - Terry Pratchett (que escreve fantasia, mas consegue tirar muito de nós, leitores, com sua sagacidade)
    - Érico Verrisimo...não são todos que gostam, mas gosto da maneira como ele trata relações e desejos humanos...(sim, sou piegas)
    - Frankestein. Eu choro com essa história.
    - Pássaros Feridos. Colleen McCullough foi perfeita com essa história, embora eu tenha querido dormir no final(mas assim são os clássicos..hehe).
    - Orgulho e Preconceito (sem zumbis - juro que quando li sobre os zumbis eu achei que era um viral de internet)...Orgulho e preconceito é um dos melhores livros que já li, achoq ue por que me tocou profundamente quando eu tinha 15 anos...não sei qual seria minha leitura dele hoje, vou testar.
    - A dança da morte, do King (sim, eu TINHA que falar dele.). Dança da morte fala como as pessoas podem ser influnciadas, compradas e tornadas marionetes...mas tem monstros no meio!


    Taí minha listinha...acabe comigo, master

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  22. Pode acabar com ela, mas não fala mal do Pratchett não! hehe

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  23. Sr. Vanberto, pelo jeito você esta ótimo de saúde...já que não sofreu nenhum ataque após ler o que escrevi...
    Desculpe-me se minhas opiniões são o da maioria, mas é que ao entrar neste blog, não vi nenhuma placa informando que pessoas comuns não podiam “ ler/comentar” ...ou será que eu deveria “inventar” uma opinião que não fosse a minha para agradar sua exclusiva pessoa? Por falar em exclusivo, li seu blog...talvez você ache que com minha “fértil” imaginação eu não tenha conseguido “alcançar” os textos, mas informo que li tudinho e gostei muito!
    Cido...obvio que temos opiniões diferentes...sua visão de “leitor comum” acaba sendo impossível já que sua função de pesquisador, acaba por interferir (mesmo você não querendo) nesse processo...logo, toda a sua experiência fala mais alto...e suas opiniões extremamente apuradas, também...
    Mas resumo da ópera, eu não leio Padre Marcelo, não leio Paulo Coelho e Nem Augusto Cury...o que conheço deles são frases soltas que rolam pela Internet (que não me motivaram a me aprofundar).
    Já tentei ler a Bíblia, não na forma a encontrar Deus no sentido de alguma religião... e sim por curiosidade do que eu encontraria ali...
    Crepúsluco eu li...rsrs...todos os livros...e enquanto lia, me deliciei... Mesmo vendo o vídeo sobre o assunto de Felipe Neto (que sou fã de carteirinha)
    Também li contos eróticos....e contos eróticos messssssssssmo (as mocinhas de Júlia e Sabrina ficariam escandalizadas! )
    O que defendo aqui é que se pode ler qualquer tipo de leitura, sem que isso faça da pessoa uma AMEBA ou um GÊNIO...até porque, se não fosse os “maus” livros, como identificaríamos os “bons”?

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  24. Euzinha, Euzinha...

    Fique tranquila. Errar é humano e perdoar é divino.

    Portanto, você está perdoada. Eu a absolvo dos seus pecados literários e dos obsurdos que você escreve em nome do Pai + e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

    Vá e não peques mais.

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  25. Resposta ao post da Cher/Marketing:

    KKKKKKKKKKKKK!!!
    Adorei você postando como Marketing!
    Se bem te conheço era uma pegadinha. KKKKKKKKKKKK!!!

    Num vou acabar com você não, Cher. Quem sou eu pra fazer isso?!
    Vou apenas comentar suas opiniões como você tem comentado as minhas e como todos têm feito por aqui, pelo qual sou muito grato.

    Bem... Agatha Christie é sim previsível. A fórmula é, basicamente, sempre a mesma: há um crime na alta sociedade inglesa; Poirot ou Miss Marple estão (coincidentemente) próximos por algum motivo; a trama que levou ao crime é extremamente complexa e NUNCA, JAMAIS, o leitor consegue resolver o mistério antes do detetive; Poirot ou Miss Marple resolvem o mistério sentados em uma cadeira ou tomando um chá.
    Eu AMO Agatha Christie. Li metade da obra dela na adolescência e, talvez, ela tenha sido minha principal influência em ter escolhido fazer Letras (sim, pasme).
    Mas depois de descobrir Poe, o Auguste Dupin tem mais charme que Poirot e Sherlock Holmes não passa de uma sombra, ainda que seus casos sejam muito bons. O Sam Spade de Dashiell Hammett é risível; Nero Wolf é ridículo; Montalbano não tem classe etc., etc., etc.
    De todos os romances policiais que eu li até hoje apenas dois realmente me impressionaram: o Édipo Rei (sim, ele é um romance policial também...) e O Nome da Rosa.
    Dos livros de Agatha também apenas dois me impressionaram: O Caso dos Dez Negrinho e Assassinato no Expresso do Oriente.

    Legal a sua listinha de livros que você, no seu momento Robinson Crusoe, levaria para uma ilha deserta... rsrsrsrsrsrs

    Ler por diversão... esse é um luxo ao qual, infelizmente, você já não pode se dar mais em razão de tudo que estudou, de tudo que leu e de tudo que escreveu. Não se engane, Cher, e não tente enganar a mim também.
    No fundo nós dois sabemos que leitura por diversão é algo que “non ecxiste”.

    Alcides teria algumas coisinhas a dizer sobre essa sua aproximação entre Turma da Mônica e Blake... RSRSRSRSRSRSRSRSRSRS

    Sobre a sua visão sobre Lú: precisamos sentar qualquer hora pra conversar sobre.
    E você precisava parar de perder seu tempo lendo lixo: Crepúsculo e, Deus do Céu!, uma cópia chamada Sussurro... eu não consigo imaginar como poderia ser um livro-bestseller-cópia de Crepúsculo! Agora você foi longe demais, Cher!!! Eu vou acabar te excluindo desse blog! RSRSRSRSRSRS (brincadeira, é claro).
    Uma recomendação: estou quase terminando de ler A Batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr. É GENIAL! E por ser escrito por um brasileiro, É UM MARCO! Eu diria que é a última palavra em romances sobre anjos depois do meu próprio romance, que ainda não foi publicado... RSRSRSRS

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  26. Sobre sua lista:

    * Terry Pratchett... acho lindas as capas dos livros dele, mas ainda não descobri a que ele veio... para ser franco, ainda não li nada dele, mas pelo que você fala deve ser bem interessante. Sei lá... vamos ver depois que eu lê-lo.
    * Ler Érico Veríssimo não é ser piegas. Érico é um grande escritor, um dos canônicos na Literatura Brasileira, e você está coberta de razão quando nota a maneira como ele trata as relações e desejos humanos.
    * Não consigo chorar com aquele que é, talvez, o mais brilhante romance gótico já escrito em todos os tempos, mas Frankenstein é, sem dúvida, um clássico absoluto. Estaria na minha lista “Os 10 livros que você tem que ler para repensar a sua existência”.
    * Não conheço Pássaros Feridos e nem Colleen McCullough, mas não se pode esperar algo muito interessante de um livro com esse título (sim, o título é um dos meus parâmetros de escolha de livros). Se você teve vontade de dormir ao final, então você não estava diante de um clássico, e sim de uma história chata. Um clássico não te faz dormir, Cher. Pelo contrário, ele te deixa dias, até semanas, sem dormir, e mexe com a sua psique de tal forma que você demora anos para se recuperar (quando se recupera...).
    * Orgulho e Preconceito é TUDO! Clássico dos clássicos! Mestra Jane Austen é FABULOSA! Contudo... eu começo a descobrir que pode haver coisas melhores... Jane Eyre, de Charlotte Brontë, por exemplo...
    Sobre os zumbis, acho a idéia pós-moderna. Não li ainda, mas vamos ver se vale a pena, né?
    * Bom... A Dança da Morte é o supremo clássico de King... pelo menos é o que dizem... mas é claro que eu não li e dificilmente lerei. Já me deu calafrios só pela sua descrição: se ele fala de como as pessoas podem ser influenciadas, compradas e tornadas marionetes então temos aí um tratado de Marketing contemporâneo em forma de romance de terror (aliás, deve haver alguma relação intrínseca entre Marketing e Terror mesmo...).
    Perdão, Cher, por te decepcionar em tratar seu grande ídolo literário dessa forma, como não-literatura. Certamente ele deve falar coisas a você que não fala a mim. Nenhum texto de King, até hoje, conseguiu me impressionar, nem mesmo o monumental A Torre Negra. Falta alguma coisa em King que eu não consigo ainda distinguir o que é, mas que vou pensar a respeito e depois escrever em post sobre ele em sua homenagem.

    Beijão!

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  27. Resposta ao post de Smile Time:

    Caro Smile Time.
    Obrigado por aparecer novamente!
    É sempre um prazer.

    Fique tranqüilo(a): não acabei com o Pratchett não, como você pode observar na minha resposta acima.

    Grande abraço

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  28. Resposta ao terceiro post de Euzinha:

    Cara Euzinha!
    Obrigado por estar acompanhando as discussões e participar delas.
    Seja sempre bem-vinda.

    Eu já imaginava mesmo que você não tinha lido boa parte daquela listinha de autores que mencionou nos últimos posts.
    Sua percepção de mundo e de Literatura demonstra que você foi muito além ou, melhor ainda, nunca esteve presa nas armadilhas marketeiras desses caras.

    Infelizmente, vou ter que discordar novamente de você quanto ao seu último parágrafo.
    Sim, aquilo que lemos nos torna AMEBAS ou GÊNIOS sim, para utilizar aqui suas próprias palavras.
    Como eu disse ao final da resposta ao seu último post, os livros também nos lêem. Se somos lidos pelos livros, isso significa que se cria um vínculo de identificação entre o leitor e a obra que ele lê. Essa é uma das explicações, por exemplo, para gostarmos ou não gostarmos de tal livro, de tal filme, de tal música etc.
    Partindo do seu silogismo entre bons livros e maus livros, se um leitor lê um Augusto Cury da vida e gosta disso que leu, então esse leitor se identificou com aquele livro, logo aquele livro fala algo a esse leitor. Sendo Augusto Cury um lixo literário, então esse leitor deve, com certeza, ser uma ameba. O mesmo se aplica a um leitor que lê Shakespeare. Ao se identificar com um texto de Shakespeare, esse leitor teve sua vida mudada pelo Grande Bardo. Sendo Shakespeare o Mestre-Supremo de TODA a Literatura Ocidental, então seu leitor só pode ser um GÊNIO.

    Um tanto quanto redutor esse pensamento, você não acha Euzinha?
    Mas foi exatamente isso que você fez ao propor que é a partir de maus livros que identificamos os bons, e vice-versa. Esse silogismo, como todo silogismo, é redutor porque ele se esquece de equacionar um detalhe importantíssimo em Literatura e em qualquer forma de arte: bom ou mau para quem?
    Como vimos discutindo desde sempre, um bom livro para mim não é necessariamente um bom livro para você. Um mau livro para mim não é necessariamente um mau livro para você.
    Assim, não são os bons livros que estabelecem os parâmetros para se definir quais são os maus livros, e vice-versa.
    O que estabelece o que é um bom e o que é um mau livro são as leituras que são feitas deles, são aqueles que lêem, são aqueles que emitem juízos críticos sobre o que lêem, são aqueles que se dão ao trabalho de comparar um livro com outros.
    O que estabelece, em última análise, que livros são bons e que livros são ruins são as opiniões sobre esses livros, seja de leitores comuns, seja de críticos e especialistas.
    Assim, não são os maus livros, por si só, que permitem identificar os bons e vice-versa. São, sim, as leituras que são feitas — e não necessariamente os leitores — que permitem essa identificação.
    São as leituras que tornam os leitores AMEBAS ou GÊNIOS, e não exatamente os livros, e deve-se incluir em “leituras” as leituras de mundo, as emoções, os pensamentos, as crenças, os sentimentos, as culturas etc.

    Abraços!

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  29. Bom... eu também não poderia ficar de fora dessa discussão!!!

    Adorei sua lista, mesmo não tendo lido nenhum dos livros citados (risos).
    Sabendo de seu bom gosto irei agora mesmo mudar minhas leituras (o que já deveria ter feito a um bom tempo... rsrsrs.
    Mas quero deixar minha dica... o 11º e não menos importe, A casa do Mickey Mouse! (já estou até sentindo o fumo que irei levar!, mas sei que levará na brincadeira ... rsrsrsr)

    Beijos e abraços meu querido...

    Ass: Seu eterno fã!!!

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  30. Cido
    Batalha do Apocalipse é realmente fantástico, conheci o Eduardo Spohr antes dele lançar oficialmente o livro , e é impressionante o cinhecimento dele de narrativa. Foi através dele que conheci o trabalho de Joseph Campbell

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  31. Resposta ao Tadeu:

    Olá Tadeu!
    Que bom te encontrar por aqui!!!

    Num vou dar fumo não! Isso aqui é um espaço de discussão, e todas as opiniões são válidas, ainda que todas também sejam discutíveis.

    Mickey é um clássico, ora!!! A única coisa que Walt Disney fez de realmente original e inovador! AMO O MICKEY!
    Ele estaria na minha lista dos "10 Personagens de Desenho Animado que Podem Mudar a sua Vida". RSRSRS

    Abração e apareça sempre!

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  32. Resposta ao Smile Time:

    Sim, concordo plenamente com você quando você diz que ele tem profundos conhecimentos de narrativa.
    Há muito tempo eu não lia um livro cuja narrativa é muito, mas muito bem escrita e arquitetada.
    Esse cara tem futuro, e futuro de verdadinha, coisa que 99,99% dos escritores de ficção fantástica brasileira não têm e nunca terão.

    A Batalha do Apocalipse é, atualmente, um dos pouquíssimos livros de ficção fantástica brasileira que realmente valem a pena ser lidos dada a extrema maestria em sua arquitetura.

    E que bom que você chegou a Joseph Campbell!
    Mestre Campbell é fundamental. Sua teoria sobre o herói é a última palavra sobre o assunto, e o monumental estudo sobre As Máscaras de Deus está entre o que melhor já se escreveu sobre a questão até hoje.
    Espero que, por meio de Campbell, você chegue ao mestre dele e um dos Mestres do Oitavo Dan do Ocidente, que é o supremo Jung.

    Abração!

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  33. Cido
    Já cheguei a Jung, e com uma mãozinha sua ainda por cima! Sou o Wagner do curso de psicologia! Spohr me levoua Campbell e tu me levou a Jung!
    E sim, Jung é como dizem Seu Jorge e Selton Mello
    quinto dan faixa preta

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  34. Ei, por que você nao bota Harry Potter? É PER-FE-I-TO!!!!

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    1. Concordo que Harry Potter é perfeito, mas não tão perfeito para constar nesta lista.

      Logo vou publicar um post apenas sobre Harry Potter, que eu também AMO!!!

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  35. Por favor, me siga!! http://nexvil.blogspot.com.br/

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  36. Sua lista e boa. Mais nunca ofenda outros escritores.

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    1. Obrigado.
      Não há ofensas a outros autores em minha lista.

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  37. Gostaria de acrescentar um Livro a esta lista, livro que mudou minha vida:

    Uma incrível história, um final emocionante. Um livro que fará pessoas reverem conceitos e práticas. Uma passeio quase imperceptível, pelas escrituras sagradas. Um exercício de Fé e Amor à Deus, ao próximo, e a Vida!

    Trata-se do Livro Rabiscos de Deus – de Aluisio Nogueira – Editora Ágape:
    Rute
    http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=42139414&sid=77410215815917472983732711

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    1. Que bom que se trata de um livro que mudou sua vida.
      Não é um livro que eu colocaria em minha lista, mas se foi importante para você, fico feliz.

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  38. Parabéns pela lista! De fato, muito boa!
    Acrescentaria "O Idiota" e "Crime e Castigo", de Dostoiévski; "O Banquete", de Platão; "Confissões", de Santo Agostinho e "A consolação da Filosofia", de Boécio.

    De resto, sua lista traz clássicos que nos leem. Obrigado por partilhar conosco pérolas do espírito ocidental.

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    1. Obrigado!
      As obras que você menciona são grandiosas e mudam nossas vidas. Parabéns pela sua lista também.

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  39. Gente! Encontrei casualmente este blog, procurando sugestões de livros interessantes para eu ler e me deparei com muito mais: críticas, opiniões e comentários com os mais variados pontos de vista! Isso é fantástico para uma candidata à leitora (não sei ainda se AMEBA ou GENIAL...rss), mas o fato é que fiquei bastante animada em começar, o mais rápido possível, a minha empreitada rumo ao mundo dos leitores!

    Grande abraço, Cido!

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    1. Olá Marluce!
      Fico MUITO FELIZ que este post do blog tenha chamado sua atenção para a leitura.
      Espero que tenha começado e que se divirta com a descoberta desse mundo novo e infinito.
      Grande abraço!

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  40. eu li crepúsculo... e posso dizer que me arrependo muuuuiiiito
    discordo que a divina comédia deve ser lida apenas após os 30 anos de idade, pois tenho só 13 e já li gostei muito.
    E O morro dos ventos uivantes é divino.
    e ainda quero ler todos os livros da sua lista, me impressionou o jeito como voce os descreveu.

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    1. Que bom!
      Uma pessoa que já leu A Divina Comédia aos 13 anos é algo muito raro. Se assim for, vejo um futuro brilhante à sua frente.
      Espero que goste dos demais livros listados.
      Abraço!

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  41. Hey Cido.
    Acabei de achar seu blog, e na verdade nem sei se você ainda o atualiza devido a data da sua ultima postagem.. enfim, tinha que comentar mesmo assim.
    As suas palavras são extremamente empolgantes quando descreve os livros.
    eu, diferente de você, não sou nenhum genio da literatura e não li os livros que você postou.
    E sabe porque? não achei que estava preparada para ler esse tipo de leitura.
    Porém , depois de muuuuuuuita leitura de ficção, e romances idiotas (como crepusculo e fallen) e não estava mais satisfeita com minhas escolhas... queria algo que me tocasse o coração...
    e muitas vezes lendo esses livros bobos, me deparava com algum trecho desses "livros inteligentes" e pensei..é disso que eu preciso.
    Sou aquele tipo de pessoa super emotiva e que simplesmente entra no livro, e acho que estou pronta para entender essas leituras.
    Enfim.. assim encontrei seu blog e fiquei fascinada com os livros e vou ler todos!!!
    Porém , não sei aonde comprar exemplares descentes, e não aqueles com tradução horrivel e uma capa nada com nada...Poderia me indicar?
    Parabéns pelo blog, e até mais ;)

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    1. Olá Maria Eduarda!
      Tudo bom?

      Fiquei algum tempo sem publicar aqui no blog, mas estou retomando sempre que posso.

      Obrigado pelo seu post. Fico muito feliz em saber que minhas palavras possam ter ajudado de alguma forma na sua caminhada rumo às boas leituras.
      Assim que você ler algum dos livros mencionados, compartilhe suas impressões por aqui. Vou gostar muito de ler sua opinião.

      Você encontra boas edições de todos os livros que mencionei nos sites das boas livrarias: Cultura, Saraiva, FNAC e Submarino.

      Abraços!

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  42. Olá
    Adorei a lista, mas achei apenas um ponto um pouco ofensivo para as pessoas que gostam da saga escrita por Stephenie Meyer, Crepúsculo. Posso dizer que a saga não é das melhores, mas gosto um pouco. Nós, que já lemos e gostamos, não somos burros, como a senhora/Senhor deixa a entender. Eu, uma garota de 13 anos, já li toda a saga e já li a obra original O Morro dos Ventos Uivantes. Amei o livro de Emilly Brontë e consegui captar perfeitamente a ideia que a autora quis passar, sem dificuldade alguma. Só pelo fato de temos lido determinado livro não quer dizer que somos ignorantes.
    Se ofendi em qualquer ponto, minhas sinceras desculpas.
    P.s- De acordo com sua maravilhosa lista, já posso morrer em paz

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  43. Coloque nessa lista O Som e a Fúria, de William Faulkner. (:

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